O movimento estudantil sempre teve um papel preponderante nas lutas sociais brasileiras. Nem sempre, no entanto, esteve tão conectado com as lutas populares quanto tem, agora, a oportunidade em estar. E cumpre papel destacado para esta condição a postura das direções estudantis que souberam tomar partido nas ultimas duas décadas e participar da batalhas decisivas do povo e da educação: a luta por cotas raciais e sociais nas universidade públicas, a transformação do ENEM e do SISU na porta de entrada do ensino superior, a expansão das universidades federais, a criação do PROUNI e a nacionalização dos Institutos Federais.
O movimento estudantil que embarcou nestas lutas – lado a lado com outros movimentos sociais – teve a digital colocada nas transformações mais profundas de nossa sociedade. A Universidade só se pintou de povo porque foi o povo organizado que a transformou. E este caminho, graças à luta, não tem mais volta e temos, hoje, uma oportunidade de retomar uma curva de expansão de direitos e uma agenda popular e transformadora na educação brasileira.
O Coletivo ParaTodos e as mulheres organizadas na ParaTodas nunca titubearam na defesa de Lula e dos movimentos sociais mesmo quando estávamos sob fogo da antipolítica e da extrema direita. Por isto chegamos a este 59º Congresso da UNE protagonizando a cena estudantil e liderando os estudantes petistas como não víamos há mais de quinze anos. Agora temos a chance de ensejar um movimento de ascenso das mobilizações estudantis, com a retomada das entidades de base e que forje uma geração combativa e comprometida com as lutas sociais.
Após o vírus e após o verme, um Novo Tempo nasce para o movimento estudantil!
Julia Kopf
Coordenadora da ParaTodas e Diretora da Coordenação de Cultura e Arte da UNE