Em denúncia a fraude do processo eleitoral que está sendo realizada pela direita, desrespeitando a história de lutas do Centro Acadêmico 22 de Agosto, do Movimento Estudantil da PUC-SP e todos que deste processo estão sendo excluídos convocamos:
CONTEXTUALIZAÇÃO:
O Centro Acadêmico 22 de Agosto é o centro acadêmico representante dos estudantes de direito da PUC-SP. A história do 22 se mistura com a história da PUC e com a história do campo progressista brasileiro, principalmente a história da resistência contra a ditadura militar de 64. O 22 de Agosto tem 77 anos de luta pela democracia brasileira e possui história que deve ser respeitada por todos que já estiveram e estão à frente dessa entidade histórica.
Foram nas tocas do 22 que o povo se protegeu contra os militares; foram nas tocas do 22 que foram organizadas as ocupações contra os golpes da FUNDASP; foram nas tocas do 22 que foi organizado ato contra a Lava Jato e em apoio ao Lula na véspera do julgamento do STF; foram nas tocas do 22 que a democracia brasileira foi desejada, conquistada e comemorada.
Nos últimos dois anos, a partir da gestão despolitizada do Alvorecer, racha da Juventude Socialista do PDT, o histórico de lutas pelo povo brasileiro e em solidariedade aos povos aliados vem sendo deixado debaixo dos panos. Como de comum, a despolitização e o endireitamento da gestão aos poucos vão desgastando a máscara de popular e inovadora que inventaram e demonstram o que verdadeiramente são: golpistas e antidemocráticos.
No processo eleitoral que está ocorrendo agora, foi feita uma Assembleia Geral às pressas para aprovação de um edital feito pelo Alvorecer o qual colocava as eleições do C.A. 22 de Agosto na última semana da campanha municipal, com apenas três dias de campanha, uma comissão eleitoral escolhida a dedo pelo Alvorecer e o protocolo de inscrição com uma série de burocracias, tal qual a necessidade de ser presencial e ser feito pelos candidatos à presidência e à primeira tesouraria (se fosse o segundo, haveria problema- como houve) da chapa.
A burocracia do protocolo presencial foi rapidamente entendida quando a chapa “Locomoção” (a qual possui afinidade com o Partido dos Trabalhadores) foi indeferida sob o argumento de que ou dois documentos haviam sumido ou nãohaviam sido juntados. Foram enviados quatro e-mails de retificação sobre o erro da comissão, assim como, em busca do diálogo tendo em vista a importância da entidade, foram realizadas inúmeras ligações, as quais não foram atendidas ou retornadas. Estava posto, golpe na cara dura e uma construção sem diálogo.
Nesse processo de enfrentamento e luta por uma eleição justa, os membros do coletivo Locomoção sofreram diversas ameaças por uma das representantes do Alvorecer que compõe a Comissão Eleitoral. A mais escancarada foi quando disse em alto e bom som que nossos membros seriam duramente punidos por não aceitarem calados o processo que está acontecendo.
O silenciamento não se limitou só à chapa, mas como os próprios estudantes foram silenciados. Pela primeira vez na história das eleições do 22 de Agosto havia sido determinado pela Comissão Eleitoral (ou seja, Alvorecer) que os estudantes não poderiam perguntar livremente durante o debate. Para fazer a pergunta deveriam acessar um QR-CODE, subir o comprovante de matrícula e esperar que ela fosse “escolhida aleatoriamente” para que fosse feita. Com a pressão estudantil, os golpistas retrocederam e uma coisa ficou evidente: o corpo estudantil e todos os aliados históricos do Centro Acadêmico 22 de Agosto estão, mais uma vez, ao lado da democracia.
Desta forma, convocamos o movimento POR ELEIÇÕES LIMPAS NO 22 JÁ!
Este absurdo só poderá ser interrompido com a mobilização dos movimentos sociais!
Coletivo Locomoção