Mesmo com poucos dados sobre a população LGBT no Brasil, seguimos como o país que mais mata nossa população no mundo. A cada 23 horas uma pessoa LGBT é assassinada no Brasil. Quando falamos de mulheres trans e travestis, o número é sempre o mais expressivo e representa em sua maioria mortes de forma brutal.
Vivemos um ano de celebração para a comunidade LGBT, que tem finalmente sido apoiada pelo governo, que tem seu reconhecimento com uma pasta específica no Ministério dos Direitos Humanos, e uma equipe que formula políticas para que tenhamos uma vida melhor, além de nos representar em espaços nacionais e internacionais, reposicionando o Brasil como um país que se importa com o que vivemos até aqui.
No âmbito da educação, enxergamos nas escolas um dos espaços mais importantes de formação, descoberta e expressão de jovens enquanto cidadãos. A escola deveria ser um território de respeito às diversidades e acolhimento por parte dos educadores, mas a realidade enfrentada não é essa. Agressões, violência e bullying são muitas vezes responsáveis pela interrupção dos estudos de muitos jovens LGBTQIA+. Estima-se ainda que 70% da população trans do Brasil não concluiu o Ensino Médio, perdendo a possibilidade de entrar no mercado de trabalho e no mundo acadêmico.
É necessário que sejam garantidas mais políticas de acesso às universidades para pessoas em maior vulnerabilidade, como é o caso da população de travestis, mulheres e homens trans. Algumas universidades já adotam cotas para a população T a fim de garantir a conquista de direitos por meio do combate às injustiças. Não podemos parar o debate na graduação, é preciso que o acesso à pós-graduação também seja uma realidade e não uma exceção. Precisamos garantir uma sociedade justa, livre e que nos permita ser e amar livremente!