Sabemos que quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela, mas precisamos entender que a sociedade em que nos movimentamos está nos oprimindo, violentando e matando. Mulheres negras são maioria nas estatísticas de feminicídio, chegando a 67% dos casos notificados em 2020, sendo as mulheres pardas 61% e as pretas 6%.
Muitas vezes nos encaixamos em contextos que não nos contemplam, diante das necessidades para a nossa sobrevivência e dos nossos dependentes, e vemos a violência recorrente tombar nossos corpos no 5o país que mais mata mulheres no mundo, sete em cada dez feminicídios no Brasil são de mulheres negras.
O patriarcado ao longo da história nos colocou como inimigas, adversárias nos rotulando de indivíduos inferiores e até mesmo sem valor. Assim contribuindo para apagamento das nossas histórias, conquistas e o silenciamento das nossas dores.
Precisamos olhar para nós mesmas, mulheres negras, além da sororidade, mas sim com dororidade pois só nós conhecemos a fundo as dores e as adversidades da nossa existência em um país com influência tão forte do machismo e do racismo.
Não podemos permitir que isso continue acontecendo precisamos viver, e não só sobreviver, ser protagonistas das nossas vidas, das nossas histórias e também na sociedade, uma vez que somos a maior parte da população representando 28%, mas ocupamos apenas 3% dos cargos de liderança e estamos a frente nos índices de desemprego sendo 13,9%. Precisamos pautar a segurança, a estruturação e o planejamento social das nossas vidas.